Osteomielite: Sintomas, causas e tratamento

Dr. Rafael Tinoco • July 23, 2025

A osteomielite é uma infecção óssea que pode surgir de forma súbita ou se desenvolver ao longo do tempo, provocando dor intensa e, em alguns casos, comprometimento da mobilidade. Apesar de ser uma condição relativamente rara, sua detecção precoce e tratamento adequado são essenciais para evitar complicações graves, como a destruição do tecido ósseo.


Neste artigo, vamos abordar os principais sintomas da osteomielite, suas causas e quais são os tratamentos mais eficazes disponíveis.
Continue a leitura e descubra o que você precisa saber sobre essa condição ortopédica.


O que é a osteomielite?


A osteomielite é uma infecção que atinge diretamente o
tecido ósseo. Essa condição pode ser provocada por diferentes tipos de microrganismos, como bactérias ou fungos, e pode se instalar em qualquer osso do corpo. No entanto, é mais comum nos ossos longos, como o fêmur, a tíbia, o úmero e também nas vértebras.


A infecção pode chegar ao osso de três maneiras principais:


Via sanguínea (hematogênica):
quando a bactéria se espalha pelo sangue até o osso;


Por contaminação de tecidos próximos:
quando há infecção em regiões ao redor do osso e ela se propaga;


Por contato direto com o osso exposto:
em fraturas abertas ou durante procedimentos cirúrgicos ortopédicos.


Embora se trate de uma condição que exige atenção, especialmente em suas formas agudas ou crônicas, a osteomielite
costuma ter bom prognóstico quando diagnosticada e tratada rapidamente.


Quais são as principais causas da osteomielite?


A origem da osteomielite está diretamente relacionada à presença de
microrganismos infecciosos e a fatores que comprometem a integridade do sistema imunológico ou dos ossos. Entre os agentes causadores mais comuns estão:


Microrganismos envolvidos


Staphylococcus aureus:
é o principal responsável pela maioria dos casos, incluindo versões resistentes como o MRSA;


Streptococcus spp. e Escherichia coli:
também podem estar presentes, especialmente em infecções de origem urinária ou abdominal;


Fungos:
infecções fúngicas são mais raras, mas podem ocorrer em pacientes com imunidade comprometida.


Fatores de risco mais comuns


  • Diabetes mal controlado, sobretudo em casos de feridas nos pés;
  • Fraturas expostas com risco de contaminação;
  • Cirurgias ortopédicas que envolvem o uso de próteses ou placas;
  • Presença de próteses articulares infectadas;
  • Doenças crônicas que afetam a imunidade, como câncer ou HIV;
  • Uso contínuo de medicamentos imunossupressores;
  • Hábito de fumar e consumo excessivo de álcool.


O entendimento desses fatores é essencial tanto para o diagnóstico precoce quanto para a prevenção em pacientes mais suscetíveis.


Sintomas: Como identificar os sinais de alerta


Saber reconhecer os sintomas da osteomielite pode fazer toda a diferença para evitar complicações graves. Os sinais variam
conforme a evolução da infecção e a idade do paciente.


Sintomas mais comuns


  • Dor óssea persistente, que tende a se intensificar com o tempo;
  • Inchaço e vermelhidão no local afetado;
  • Aumento da temperatura na região da dor;
  • Febre, calafrios, cansaço e sensação de mal-estar;
  • Dificuldade para movimentar o membro comprometido;
  • Em situações crônicas, secreção purulenta saindo por fístulas na pele.


Como a osteomielite se manifesta nas crianças?


Em crianças, a infecção costuma evoluir
rapidamente. É comum surgir febre alta, dor repentina em braços ou pernas e recusa para andar ou movimentar o membro afetado.


Como se apresenta nos adultos?


Em adultos, especialmente nos casos crônicos, os sintomas podem surgir de forma mais
branda e progressiva, o que atrasa o diagnóstico. É importante investigar qualquer dor óssea persistente acompanhada de sinais inflamatórios locais.


Como é o tratamento da osteomielite?


O tratamento da osteomielite
precisa ser iniciado o quanto antes, e costuma envolver uma abordagem multidisciplinar. Ele é individualizado conforme o tipo de agente infeccioso, o estado geral do paciente e a gravidade da infecção.


1. Antibióticos sob prescrição


  • Normalmente iniciados por via intravenosa, principalmente nos casos agudos;
  • A duração do tratamento varia entre 4 a 6 semanas;
  • A escolha do antibiótico é guiada pela cultura do material infeccioso e pelos testes de sensibilidade.


2. Cirurgia


Há situações em que a cirurgia se torna necessária, principalmente para:


  • Remover o tecido ósseo comprometido (desbridamento);
  • Limpar secreções ou drenar abscessos;
  • Retirar ou trocar próteses infectadas.


3. Medidas de suporte


  • Controle rigoroso do diabetes ou de outras doenças associadas;
  • Parar de fumar, que prejudica a vascularização óssea;
  • Cuidados locais com feridas e higiene adequada.


Prognóstico e possíveis complicações


Com o tratamento correto e o seguimento adequado, muitos pacientes conseguem se recuperar por completo. No entanto, atrasos no diagnóstico ou falhas terapêuticas podem levar a complicações, como:


  • Deformações ósseas permanentes;
  • Fraturas por fragilidade do osso;
  • Risco de amputação em casos avançados;
  • Disseminação da infecção para outros órgãos, gerando sepse.


Por isso, o
acompanhamento com um ortopedista especializado é essencial para garantir bons resultados e reduzir as chances de recorrência.


Osteomielite crônica: Quando a infecção persiste


A forma crônica da osteomielite representa um desafio maior no manejo clínico. Ela ocorre quando a infecção não é completamente erradicada e se mantém ativa por
mais de seis semanas. É mais comum em adultos e costuma estar relacionada a próteses, fraturas abertas ou procedimentos cirúrgicos anteriores.


Características da osteomielite crônica:


  • Sintomas intermitentes e menos intensos;
  • Formação de fístulas com saída de secreção;
  • Necessidade frequente de novas cirurgias;
  • Maior risco de infecção resistente a antibióticos.


Esse tipo de infecção exige
acompanhamento prolongado e, em muitos casos, múltiplas intervenções para controle definitivo.


Perguntas relacionadas


  • O que provoca a osteomielite?

    A osteomielite é provocada por infecções causadas por bactérias, fungos ou outros microrganismos que atingem o osso, geralmente por via sanguínea, cirurgias ou fraturas expostas.

  • Como se pega osteomielite?

    A infecção pode surgir após uma cirurgia, ferida mal cuidada, fratura exposta ou por disseminação de bactérias no sangue a partir de outra infecção no corpo.

  • Quais são os principais sintomas da osteomielite?

    Os sintomas mais comuns incluem dor intensa no local, inchaço, vermelhidão, febre e, em casos crônicos, secreção purulenta por fístulas. Em crianças, pode haver recusa em movimentar o membro afetado.

  • Qual bactéria provoca a osteomielite?

    O agente mais comum é o Staphylococcus aureus, incluindo cepas resistentes como o MRSA. Outras bactérias também podem causar, dependendo da origem da infecção.


  • A osteomielite é contagiosa?

    Não. A osteomielite não é uma doença transmissível de pessoa para pessoa. A infecção se desenvolve no próprio organismo, geralmente por bactérias que já estão presentes no corpo ou por contaminação externa.


  • É grave a osteomielite?

    Sim. Se não for tratada a tempo, a osteomielite pode destruir o osso, causar deformidades e até levar a complicações graves, como sepse ou amputações.


  • A osteomielite pode matar?

    Embora rara, a forma grave da osteomielite pode evoluir para sepse, uma infecção generalizada potencialmente fatal, especialmente em pacientes imunossuprimidos.


  • A osteomielite pode virar câncer?

    Não. A osteomielite não se transforma em câncer, mas inflamações ósseas crônicas exigem atenção médica para evitar complicações estruturais e funcionais.

  • Qual exame detecta a osteomielite?

    A ressonância magnética é o exame mais sensível. Outros exames incluem radiografias, tomografia, cintilografia óssea e exames laboratoriais como PCR e hemograma.


  • Quanto tempo dura uma osteomielite?

    O tratamento pode durar de 4 a 6 semanas com antibióticos, podendo se estender em casos crônicos ou complexos. A duração depende da resposta ao tratamento.


  • Como é feita a cirurgia de osteomielite?

    A cirurgia remove o tecido ósseo infectado (desbridamento), drena possíveis abscessos e, em alguns casos, substitui materiais ortopédicos contaminados.


  • Quais são as sequelas da osteomielite?

    Sequelas podem incluir deformidades ósseas, limitação de movimento, fraturas patológicas e necessidade de reabilitação prolongada. Casos graves podem levar à amputação.


  • A osteomielite pode ser curada?

    Sim. Com tratamento adequado e precoce, a osteomielite tem cura. Casos crônicos exigem acompanhamento mais rigoroso e, às vezes, múltiplas intervenções.


  • Como prevenir a osteomielite?

    A prevenção inclui o cuidado adequado com feridas, controle rigoroso de doenças como diabetes, higienização correta após cirurgias e evitar o uso indevido de antibióticos. Manter o sistema imunológico saudável também ajuda.


  • A osteomielite pode afetar pacientes com prótese ou material ortopédico implantado?

    Sim. Infecções podem se desenvolver ao redor de próteses ou implantes, especialmente após cirurgias. Nesses casos, o risco de osteomielite é maior e o tratamento pode envolver a remoção do material infectado.


  • Existe risco de a osteomielite voltar após o tratamento?

    Sim, principalmente se a infecção não for totalmente erradicada ou se persistirem fatores de risco, como diabetes descompensado. Por isso, o acompanhamento médico é fundamental mesmo após a melhora dos sintomas.


  • Qual a diferença entre osteomielite aguda e crônica?

    A aguda surge de forma rápida, com sintomas intensos, como febre e dor. A crônica evolui lentamente, pode ter sintomas mais leves e tende a recorrer, sendo mais difícil de tratar e exigindo atenção prolongada.

  • Crianças podem desenvolver osteomielite sem apresentar sinais de infecção visíveis?

    Sim. Em crianças pequenas, a infecção pode se manifestar apenas como irritabilidade, recusa para caminhar ou movimentar o membro. Febre nem sempre está presente nos estágios iniciais.


  • Qual médico cuida da osteomielite?

    O especialista indicado é o ortopedista, especialmente com experiência em infecções ósseas e oncologia. Em alguns casos, o infectologista também atua em conjunto no tratamento.



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A osteomielite é uma condição séria, mas com tratamento adequado e acompanhamento especializado, é possível alcançar bons resultados e preservar a qualidade de vida. Estar atento aos sintomas da osteomielite e
buscar atendimento ao menor sinal de dor persistente, febre ou inchaço pode fazer toda a diferença no prognóstico. Se este conteúdo foi útil para você, compartilhe com outras pessoas e deixe um comentário. Você conhece alguém que pode estar enfrentando sintomas semelhantes?


Consultar um especialista maximiza as chances de um cuidado médico de excelência,
adaptado às necessidades individuais e com melhores resultados. Portanto, precisando de uma avaliação precisa, individualizada e humanizada do seu quadro, conte com o Dr. Rafael Tinoco!


O Dr. Rafael Tinoco é um
ortopedista e oncologista ortopédico dedicado a oferecer um atendimento humanizado e personalizado. Formado em Medicina pela Universidade Estácio de Sá, ele possui especialização em Oncologia Ortopédica pelo Hospital das Clínicas da USP e Instituto do Câncer de São Paulo. O doutor  preza pela qualidade de vida dos pacientes, focando em tratamentos individualizados e de alta complexidade.


 
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